terça-feira, 16 de julho de 2013

Capítulo 6

(Continuação dos capítulos anteriores. Comece lendo o Capítulo 1)

A serpente aplicou o primeiro bote e acertou um dos guardas reais, que logo caiu. O ex-prisioneiro, o homem que havia jurado fidelidade ao rei, procurou se aproximar, a ponto de recolher a espada usada pelo guarda atingido. Num ataque fulminante de todos os outros guardas, a serpente gigante não resistiu... foram tantas espadas perfurando-a de uma só vez que ela caiu. A magia negra que a dominava foi se esvaído, tornando-se poeira, depois fumaça, e assim se desfez por entre os vitrais daquele aposento.
-Vossa Majestade, o senhor está bem? - se aproximou o ex-prisioneiro, preocupado com a integridade física do seu rei.
- Sim, estou bem. – tranquilizou a todos o rei - Agora tirem-me essa armadura... não estou suportando o seu peso.
Todos os bravos soldados que chegaram posteriormente só puderam imaginar o que poderia ter acontecido. Trataram de recolher o corpo do guarda atingido e cuidar do seu enterro. Mais um que morre pela bruxaria maligna que assola o reino. Horas depois, o jovem rei Sir. Gabriel Aisengard Sétimo refletia sobre os últimos acontecimentos. O falecimento do seu pai, a herança do reino, a posse do trono e uma armadilha que o levou para o calabouço, de onde escapou com méritos e o habilitou a um precoce amadurecimento. Mas nada foi tão perigoso quanto estar frente a frente com uma serpente gigante.  E pensar que o primeiro bote da horrenda criatura poderia ter sido em sua direção... era necessário estar atento: qualquer pessoa ou criatura poderia estar naquele exato momento tramando contra o seu reinado.
Era o momento de contar com um escudeiro. Alguém que seja seu braço direito e o defenda com unhas e dentes... ou espadas! Convidou então o ex-prisioneiro que o ajudou a fugir do calabouço:
- Qual o seu nome, homem?
- Majestade, eu me chamo Deywisom. – respondeu o ex- maltrapilho anônimo.
- Pois o nomeio Sir. Deywisom. Será meu braço direito, se quiser, e terá a oportunidade de cumprir a promessa feita no calabouço, lembra-te? - indagou o rei.
- Sim senhor. Será uma honra lutar contra qualquer um que o ameace. – agradeceu.
O rei ordenou então que providenciassem banho, comida, armamento e roupas adequadas a Sir. Deywisom, acreditando ser ele alguém de sua confiança. O rei Gabriel ocupava o trono e ainda organizava as suas ideias quando outro informante adentra ao salão principal e anuncia a chegada de um mensageiro.
- Não quero receber visitas. – disse o rei, imaginando não estar pronto pra tomar nenhum tipo de decisão. Mas foi um dos guardas reais que se aproximou e aconselhou:
- Majestade, estamos aqui... do seu lado. Um mensageiro em si não o oferecerá perigo e a mensagem que ele traz pode, no máximo, deixa-lo preocupado. E esse mensageiro traz informações importantes, de alguém que o seu pai conhecia.
- Tudo bem, mande-o entrar. – autorizou o rei. Eis que entra no salão principal um góblim, uma criatura pequena, feia, peluda. O fedor daquela criatura tomou conta do salão. Seus dentes caninos ficam pra fora de sua grande boca, e enquanto caminha em direção ao rei, aproveita pra atormentar os guardas reais dando língua e fazendo careta... é o que se pode esperar deles. O que o tornava diferente dos outros orcs era a vestimenta que ele trazia consigo e a falta de armamento, porque nas histórias contadas pela sua mãe os orcs eram grandes, desnudos e armados com porretes.
- Então vocês trataram de, rapidamente ocupar o lugar do nosso falecido amigo! – ironizava a criatura – Trago condolências de Agnaron, o dragão branco. Ele tinha com o seu pai uma grande amizade e muitos negócios. Vim também saber se continuaremos com os negócios ou teremos que marcar outra reunião? Quem sabe até estabelecer novas taxas de pagamento!
-Ora, seu insolente! Não fale assim com rei! – Sir. Deywisom desembainha a sua espada e parte para cortar o góblim ao meio, mas é contido a tempo por um dos guardas, que diz:
- Deixe-o blasfemar. É da sua medíocre natureza fazer com que nós humanos percamos a paciência. Ele é somente um mensageiro, e se não retornar com a resposta dentro do prazo, centenas deles nos atacarão, e pior: acompanhados de Agnaron, o dragão branco.
- Então, jovem rei... você tem três dias para enviar dez mil moedas de ouro em troca da paz de Ainsengard por um bom tempo.  Caso contrário nós tomaremos o seu castelo, como fizemos com outros dois reinos próximos daqui. – ameaça o goblim, que dá as costas e se retira do castelo, gargalhando, certo de que o cheiro que rondava aquele jovem rei era o de medo. Sim! Eles estavam com medo, e Agnaron não perdoará esta dívida. 



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