quinta-feira, 30 de maio de 2013

Capítulo 3

(Continuação dos capítulos anteriores. Comece lendo os Capítulos 1 e 2)

O dia foi longo. Triste. A notícia abalou emocionalmente o príncipe Gabriel e todos os seus súditos. O jovem precisava deitar a  cabeça em um travesseiro e refletir bastante toda a sua vida. Sentia um leve arrependimento de não ter sido treinado, de nunca ter combatido adversários. Bem, havia muito interesse na história do seu pai...ou apenas curiosidade mesmo. O caminho até o armorial, o príncipe conhecia bem, afinal, foram vários os momentos em que ele acompanhou o seu pai ser revestido de placas de metal. Ele não conhecia era o compartimento secreto aberto pelo servo, algo que o deixou bastante espantado. O compartimento secreto revelou uma linda e reluzente armadura de placas de metal, acompanhada, é claro, de espada e escudo que jamais pensou em ter. Mas, positivamente, comentou o servo:
- Sim, ela é sua agora. Era vontade do seu pai que eu a mostrasse um dia!
Sem palavras, ficou o príncipe diante de tamanha beleza. Estonteante, ele se encantou com os detalhes em dourado que as prateadas placas tinham! Maravilhou-se com a letra "A" que "Aisengard" no elmo, provavelmente para que o reconhecessem no campo de batalha! Deleitou-se com a fina malha que revestia o corpo do soldado que a vestisse. Porém, inexperiente, deixou de se preocupar com detalhes importantes quando se trata de armaduras de placas como, por exemplo, quem a forjou.
- Era desejo de seu pai que você usasse essa armadura e não a dele - o servo alertou o jovem rei - seu pai, Sir. Peter Gabriel, acreditava que Vossa Majestade Sir.Gabriel Aisengard Sétimo deveria ter a sua própria história, a fim de que qualquer tipo de maldição lançada sobre a sua velha armadura de tantas batalhas fosse enterrada com ele e tivesse fim juntamente com seus restos mortais.
- Servo, quero ir para os meus aposentos e descansar! Reconheço a sua consideração em honrar o nome de meu pai. Amanhã o retribuirei por esse favor prestado ao rei - ordenou o príncipe. Tudo o que ele mais queria era que aquele dia triste tivesse fim.
Ele não conseguiu dormir bem. Cansado dos compromissos reais, Gabriel recebe otimista o "bom dia" do seu mordomo:
- Que bela noite de sono deve ter tido o senhor! Dormiu como uma rocha. Uma boa parte do dia já se passou e só agora o senhor acordou. Venha! Há uma grande mesa no salão de jantar preparada para o seu primeiro almoço como legítimo Rei. E para esta ocasião especial estão aqui os melhores e mais fortes soldados do reino, que vieram entregar-lhe a própria vida ao senhor e ao seu reinado. 
- Mucamas! - bateu as mãos os servos para que as mucamas, prontamente, vestissem a roupa do adolescente rei.
- Senhor, essas mucamas o ajudarão a vestir a sua roupa real.
Desanimado e ainda muito abatido, o príncipe esforçou-se muito para transparecer firmeza diante de tantos guerreiros. Esse era o seu primeiro dever: ser forte diante de seus súditos!
- Todos do salão devem saudar a chegada do príncipe herdeiro e legítimo rei Gabriel! - e o barulho das armaduras em movimento se mistura ao seco engasgo do Jovem. Uma criança! Um quase adolescente, fazendo aqueles brutamontes se curvarem a ele prometendo-lhe a vida e a espada. Nem todos estão prontos para viverem isso, É claro que, como todo herdeiro, deve ter crescido ouvindo todos ao seu redor dizerem que um dia ele seria Rei. Ele levanta a sua taça de ouro e brinda a permanência da família real no poder. Todos bebem um belo gole de um saboroso vinho, depois sentam-se e começam a comer sossegados.


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